A MENINA DANÇA?

Não tenho culpa de não saber dançar sozinha e muito menos acompanhada. Existe em mim uma descoordenação motora muito difícil de explicar...
As pessoas insistem no bailarico a dois e, dependendo do grau de amor, amizade ou alegria provocada pela ingestão bebidas exóticas como Guaraná ;), já ouvi coisa como: "podes pisar à vontade, não te preocupes", tenta mexer mais um bocadinho a anca, vais ver que consegues" ou "tu és o ser mais pé-de-chumbo que conheço".
E se eu não quiser dançar? Alguém me deixa quietinha no meu canto?

Há dias fui a um bar em Vila Praia de Âncora de cujo nome não me consigo recordar. Um bar cujo chão se mexia como que a simular o movimento de um barco no mar.

Até aí tudo bem...pouca gente, boa música (Pixies, Cure...) e eu quietinha no eu canto a cantarolar. A coisa só começou a ficar má quando o bar encheu, a música mudou e o barco abanou (tanto no sentido literal como no metafórico). Confesso que cheguei desejar ouvir Shakira e Bob Sinclair que, apesar de serem maus, não eram ainda tão maus como o que passava na altura.
E eis que, contra o meu famigerado azar, estes dois artistas são contemplados pelo DJ. Foi nessa altura que descobri um novo conceito de passividade: a dançarina passiva! Sim, porque o estardalhaço foi de tal ordem que mesmo sem ter feito o mínimo esforço para me mexer quase bati com a cabeça no tecto ( e quase que também virava o barco, admito!)....e a sensação até que nem foi má: pela primeira vez, dançar mal não dependeu de mim! :)